
Título Original
Título Brasileiro
SINOPSE
EQUIPE TÉCNICA
Diretor(a)
Roteirista
Roteirista
Roteirista
Roteirista
Personagens criados por
Personagens criados por
Produtor(a) executivo(a)
Produtor(a) executivo(a)
Produtor(a) executivo(a)
Produtor(a) executivo(a)
Música
ELENCO
Reed Richards / Mister Fantastic
Sue Storm / Invisible Woman
Ben Grimm / The Thing
Johnny Storm / Human Torch
Galactus
Shalla-Bal / Silver Surfer
Harvey Elder / Mole Man
Rachel Rozman
Lynne Nichols / F4 Chief of Staff
Ted Gilbert
Franklin Richards
H.E.R.B.I.E. (voz)
Mole Man Attack Witness
Donna / Saved Girl
Power Plant Worker #1
Power Plant Worker #2
ABC Newscaster William Russell
Channel 9 Newscaster Carolyn Haynes
Larry the Lobbyist
Boston Newscaster
Yancy Street Man
Wiseass Kid
Yancy Street Kid
Yancy Street Kid
Yancy Street Kid
Yancy Street Kid
Timely Employee #1
Timely Employee #2
WHIH Reporter Albert Taft
Baxter Reporter #1
Baxter Reporter #2
Baxter Reporter #3
Hooligan
Pundit
Pundit
Sue Speech Crowd
Sue Speech Crowd
Sue Speech Crowd
Sue Speech Crowd
Sue Speech Crowd
Sue Speech Crowd
Interpreter
Interpreter
Interpreter
Lagos Family
Lagos Family
Lagos Family
Lagos Family
Lagos Family
New York Family
New York Family
New York Apartment Father
Shalla-Bal’s Daughter
Shalla-Bal’s Daughter
Ghanian Anchor
Australian Anchor
Newscaster
Ted Gilbert Announcer (voz)
Sally the Makeup Artist
Stagehand
The Thing Acting Double
H.E.R.B.I.E. Puppeteer
H.E.R.B.I.E. Puppeteer
H.E.R.B.I.E. Puppeteer
Ted Gilbert Show Dancer
Ted Gilbert Show Dancer
Ted Gilbert Show Dancer
Ted Gilbert Show Dancer
Ted Gilbert Show Dancer
Victor von Doom / Doctor Doom
REVIEW PITIZZO
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025) — Uma Carta de Amor à Era de Prata dos Quadrinhos
Enquanto escrevo este artigo, confesso que minha bagagem com a Primeira Família da Marvel nos cinemas é limitada: ainda não vi o segundo filme de 2007 nem o reboot de 2015, apenas o primeiro lá de 2005, que achei legal na época. Talvez por isso, a nova versão, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025), dirigida por Matt Shakman (WandaVision), tenha me agradado.

A recepção geral do público inicial foi, para dizer o mínimo, morna. Muita gente torceu o nariz para mais um reboot da Marvel, mais uma tentativa de salvar uma franquia que tinha acumulado uma série de fracassos cinematográficos. Mas a surpresa veio quando o filme chegou aos cinemas em 25 de julho de 2025, mostrando que Shakman e sua equipe tinham uma visão completamente diferente em mente. Apesar de ter algumas coisas meio fora para uma realidade em que os 4 Fantásticos são literalmente os seres mais inteligentes do planeta, o resultado final é um filme que funciona. E funciona bem.
A Primeira Família da Marvel, finalmente completa na tela
A trama do filme é um tanto simples em sua essência, mas justamente aí reside seu maior acerto: salvar a Terra da ameaça colossal de Galactus, o devorador de mundos cósmico. No desenrolar da história, entendemos o porquê do subtítulo “Primeiros Passos”. O foco não está apenas na ação cósmica — embora os cenários em buracos negros deixar qualquer amante de ficção científica sem piscar —, mas na consolidação da equipe como uma família de verdade.
O arco principal de Reed Richards (Pedro Pascal) e Sue Storm (Vanessa Kirby) gira em torno de um elemento que elevou o emocional do filme a patamares inesperados: a revelação de que serão pais. Franklin Richards, o filho do casal, se torna o coração emocional de toda a narrativa. Sue grávida, Reed enfrentando a responsabilidade de ser pai, Ben (o Coisa) como o tio protetor, e Johnny (o Tocha Humana) como o irmão impulsivo — tudo funciona porque começamos com um Quarteto consolidado, sem precisar refazer sua origem (um acerto criativo que o MCU roubou de sua própria fórmula do Homem-Aranha).
O Coisa, em interpretação de Ebon Moss-Bachrach, recebeu um visual que é literalmente uma carta de amor à arte de Jack Kirby. Aquela testa protuberante, os traços angulosos, a textura rochosa — tudo remete aos painéis clássicos dos anos 60. Não é a abordagem “realista” que tentaram nos filmes anteriores. É puro Kirby em dimensões reais, e geeks sinceros entendem por que isso importa.
Obviamente, a Tocha Humana de Joseph Quinn também está presente em todo seu esplendor impulsivo, trazendo carisma e aquele humor irreverente que é marca registrada do personagem. E quando você vê Johnny surfando pelos prédios de Nova York em chamas? Pronto, você lembra por que amava esse personagem desde os quadrinhos.
A Revolução Visual: Quando Kubrick Virou Diretor de Quadrinhos
O maior acerto do filme é, sem dúvida, sua identidade visual. Matt Shakman e seu diretor de fotografia Jess Hall (que já tinha trabalhado com Shakman em WandaVision) criaram uma atmosfera retro-futurista que é deslumbrante — e proposital. A escolha pelos anos 60 não foi arbitrária; segundo o próprio Shakman, ele queria que o filme parecesse ter sido dirigido por Stanley Kubrick em 1965, utilizando as mesmas lentes de câmera e abordagem cinematográfica que o mestre usaria.

As construções, utensílios e equipamentos parecem saídos de uma versão do futuro imaginado pelos anos 60 — aquela época em que a ficção científica acreditava genuinamente que viveríamos em cidades flutuantes. O Edifício Baxter é um marco de arquitetura moderno-futurista. O laboratório de Reed, inspirado em 2001: Uma Odisseia no Espaço, é dividido em três seções codificadas por cores: uma sala vermelha para pesquisa e invenções, uma amarela com quadros-negros para pensar, e uma azul com equipamentos de comunicação. Isso não é detalhe cenográfico — é storytelling visual puro.

A diretora de arte Kasra Farahani (que já trabalhou em Loki) e a figurinista Alexandra Byrne empreenderam uma recriação visual impressionante. As roupas do Quarteto são um azul pálido com golas brancas — um design que remonta aos arcos de 1983 dos quadrinhos, mas que ganhou vida de forma sofisticada. Até o Fantasticar (aquela nave voadora que Johnny pilota) foi desenhado como um conceito dos anos 60 referenciando carros europeus, com intakes de turbina e controles com aquele charme “retro-futurístico” dos anos 50.

E então vem aquela cena que vai ficar gravada na memória de qualquer fã: a Arauto Shalla-Bal (Julia Garner) surfando literalmente em um buraco negro. Essa sequência de perseguição parece ter saído diretamente dos painéis psicodélicos dos quadrinhos de Jack Kirby — aqueles monocromos feitos para explodir a mente do leitor. Em movimento, em cores, em 3D? É uma experiência que nenhuma adaptação anterior conseguiu criar.
Para atingir essa “perfeição Kubrick”, Shakman utilizou técnicas sofisticadas:
Lentes de câmera clássicas que remetem às filmagens dos anos 60
Efeitos práticos sempre que possível — desde o Fantasticar até modelos em miniatura da nave Excelsior (com 4,3 metros de escala)
H.E.R.B.I.E. (o robô assistente) como uma combinação de fantoche de madeira, animatrônico telecomandado com cabeça e braços funcionais, e VFX
Cenários em tamanho real — o pátio inteiro do Pinewood Studios foi utilizado para montar a Times Square, enquanto ruas fictícias (como a Yancy Street, baseada nas comunidades judaicas de Nova York da infância de Jack Kirby) foram construídas do zero
Os Heróis que Fizeram Acontecer: Elenco e Interpretações

Pedro Pascal como Reed Richards é uma escolha que poderia ter dado errado. O homem estava em Gladiator II quando começou a negociar o papel, e segundo histórias de bastidor bem humorísticas (que ganharam fôlego viral no Jimmy Kimmel Live), Pascal nem era o favorito no começo. Mas em uma caminhada por Nova York com o diretor Matt Shakman, enquanto tentava comprar um limão, algo “clicou”. Brincadeiras à parte, Pascal entrega uma performance que equilibra perfeitamente o brilhantismo científico obsessivo de Reed com a vulnerabilidade emocional de um futuro pai apavorado. Seu Reed é carismático, nervoso, e absolutamente convincente quando negocia teleportação planetária.

Vanessa Kirby como Sue Storm/Mulher Invisível surpreende ao lembrar que o papel tradicionalmente ficava em segundo plano nas adaptações anteriores. Aqui, Sue é uma força motora narrativa. Kirby conversou com Jake Gyllenhaal e Sebastian Stan (seus amigos do MCU) para entender a dinâmica, e trouxe uma Sue que é simultaneamente mãe protetora, cientista brilhante, e a âncora moral do grupo.

Ebon Moss-Bachrach como Ben Grimm/O Coisa finalmente recebe a caracterização que merecia. Depois de passar tempo pensando se aceitaria o papel, Moss-Bachrach entregou um Ben que é simultaneamente poderoso e vulnerável. O Coisa em Primeiros Passos não é apenas o brutal — é o coração do grupo, o que faz as piadas e carrega o peso emocional de ser “monstro” enquanto salva o mundo.

Joseph Quinn como Johnny Storm/Tocha Humana completa o quarteto com a impulsividade necessária. Após Stranger Things e Gladiator II, Quinn prova que é versátil, entregando um Johnny que esperávamos. Quando você vê as cenas dele em chamas, com os efeitos de fogo em CGI, fica claro que ele foi uma boa escolha para o papel.

Paul Walter Hauser é Mole Man (nome verdadeiro Harvey Elder), seu personagem foi criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1961 em Fantastic Four #1 🔗, como o primeiro antagonista da equipe. Hauser transforma Harvey em figura patética e miserável, um homem transformado em criatura que guarda rancor geracional contra aqueles que o marginalizam. Apesar de breve, sua presença marca porque revela que até mesmo vilões menores carregam histórias de dor.

A aparição de John Malkovich como Red Ghost (Ivan Kragoff), embora removida da versão final, merecia menção especial. Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1963 em Fantastic Four #13 🔗, Red Ghost é um cientista soviético que replicou o acidente que transformou os Quatro Fantásticos, dando-se poderes intangíveis e transformando três macacos em superpotentes. Matt Shakman explicou que cenas substanciais de Malkovich foram cortadas por questões de andamento — uma decisão que, embora lamentável para os fãs que admiram o ator, se justifica por não interromper o arco emocional central.
Fotografia e Direção Visual: Quando a Nostalgia Vira Técnica
Jess Hall, o cinematógrafo, não apenas capturou a estética dos anos 60 — a recriou com precisão obsessiva. Cada frame do filme possui aquela qualidade luminosa característica do Technicolor dos anos 60, mas com a “limpeza” de câmeras digitais modernas. As cores são vibrantes mas nunca agressivas, os tons levemente dessaturados nas cenas noturnas, e a iluminação sempre favorece os atores enquanto mantém o ambiente limpo e agradável.

As influências cinematográficas de Shakman para o visual foram explícitas: 2001: Uma Odisséia no Espaço (evidente no design do laboratório de Reed), Barbarella (em certos enquadramentos lúdicos), e obras clássicas de ficção científica.
Easter Eggs, Referências e Detalhes de Bastidor
Este filme é uma festa de referências para fãs atentos.
Referências aos Quadrinhos

H.E.R.B.I.E. do Desenho de 78: O robô assistente é uma recriação exata do desenho animado The New Fantastic Four de 1978. Na época, o Tocha Humana não podia aparecer na TV porque seus direitos para a televisão estavam em outro estúdio (confusa legalidade dos anos 70), então criaram H.E.R.B.I.E. para substituir.

O Design do Coisa é Kirby Puro: A testa protuberante, a linha de sobrancelha definida — tudo remete aos desenhos originais de Jack Kirby de 1961, quando o Quarteto foi criado.

Shalla-Bal em Lugar do Surfista Prateado: A decisão de usar Shalla-Bal como a arauto de Galactus em vez do Surfista Prateado foi uma surpresa. Nos quadrinhos, Shalla-Bal é o grande amor de Norrin Radd em seu planeta natal, Zenn-La. O filme reimagina a personagem, dando a ela o poder cósmico e criando um arco trágico que pode abrir as portas para a eventual aparição de Norrin Radd no futuro.

Ralph Ineson como Galactus apresenta a primeira adaptação cinematográfica verdadeiramente fiel do Devorador de Mundos. Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1966 em Fantastic Four #48-50🔗 — a famosa “Galactus Trilogy” — o personagem nunca havia sido bem representado no cinema. Enquanto Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer (2007) reduziu Galactus a uma nuvem espacial genérica, Primeiros Passos resgata seu design icônico e proporções cósmicas que evocam terror e admiração genuínos.
Ineson foi filmado em um cenário branco altamente iluminado, transformado posteriormente em uma figura monumental através de filmagem em miniatura.
Easter Eggs
Pichação da Yancy Street: Em uma cena de Ben caminhando desolado por um beco, há uma pichação que diz “Yancy Street Rules!” — referência clássica à Gangue da Rua Yancy, um grupo de jovens que infernizava o Coisa nos quadrinhos com brincadeiras contínuas.

Placas de Rua e Nomes: O filme recria literalmente ruas de Nova York baseadas na infância de Jack Kirby — lojas kosher, sinagogas, toda a comunidade judaica que inspirou os quadrinhos originais.

O Fantasticar “Banheira Voadora”: O protótipo na garagem do Edifício Baxter é exatamente o design “Mk. I” dos quadrinhos, com aquele charme “banheira voadora” dos anos 60.
As Cores do Uniforme: Azul pálido com golas brancas — diretamente do arco de 1983 dos quadrinhos que modernizou o visual dos personagens mantendo sua essência.
Produção e Design
Locações: As filmagens começaram em 30 de julho de 2024 em Pinewood Studios em Buckinghamshire, Inglaterra, sob o codinome Blue Moon. Além de Pinewood, o filme foi rodado em locações na Inglaterra e Espanha, e até mesmo uma mina abandonada em Derbyshire (provavelmente para cenas subterrâneas) foi utilizada.
Jennifer, A Rocha do Coisa: Aqui está um detalhe completamente nerd: Shakman e a equipe saíram para o deserto e encontraram uma rocha e a batizaram de Jennifer que tinha as características visualmente perfeitas para como eles queriam que o Coisa parecesse. Essa rocha foi filmada em cada cena que o Coisa aparece, sob diferentes iluminações, como uma referência de textura e forma para o VFX.
Cena Pós-Créditos
Existe cena pós-créditos, e ela PRECISA ser vista, pois abre portas para o futuro do MCU.
Conclusão: Uma Família de Sucesso (Finalmente)
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é um filme que funciona apesar de todas as razões pelas quais poderia ter falhado. É uma adaptação de personagens que já foram filmados três vezes (quatro se contar o filme não lançado de 1994). É uma produção de super-heróis em uma era onde esses filmes estão saturando o mercado. E ainda assim, Matt Shakman, seu elenco, e sua equipe criativa entregaram algo que é simultaneamente respeitoso aos quadrinhos, visualmente deslumbrante, e divertido.
Este é um filme que honra a Era de Prata dos quadrinhos enquanto diz “não, espera — nós podemos fazer isso de forma melhor agora.” É uma carta de amor a Jack Kirby, a Stanley Kubrick, ao Technicolor dos anos 60, e à ideia de que uma família é o maior superpoder que existe.
E você? O que achou do novo Quarteto? Você se surpreendeu como eu, ou já sabia que funcionaria? Compartilhe sua opinião nos comentários — queremos ouvir o que você achou dessa nova versão da Primeira Família da Marvel!
Trilha Sonora: Michael Giacchino Faz Magia Novamente
Composta por Michael Giacchino, a trilha de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é memorável.
Giacchino (conhecido por trabalhos em Rogue One, Doutor Estranho, Thor: Amor e Trovão) criou um tema principal que é otimista, aventureiro, e intrinsecamente inevitável. A música evoca aquela sensação dos clássicos de ficção científica dos anos 60, mas com orquestração moderna e riqueza harmônica que fazem cada cena ganhar peso.
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O tema principal é tão bom que virou parte da identidade do filme — aparece em trailers, em promos, e fica na cabeça de qualquer um que o ouve. Não é exagerado dizer que Giacchino entregou seu melhor trabalho para Marvel desde a trilogia de Tom Holland.
Mídias Físicas: A Edição Definitiva
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Extras Inclusos
Comentário do Diretor: Matt Shakman e o designer de produção Kasra Farahani falam sobre decisões criativas, influências visuais, e histórias de bastidor.
Cenas Deletadas (5 no total):
- “Cozinha Comunitária de Ação de Graças”
- “Dia do Quarteto Fantástico”
- “Subterrânea”
- “Suéter de Aniversário”
- “Revezando-se”
Featurettes:
“Conheça a Primeira Família” — A criação do Quarteto Fantástico em 1961 e como Shakman e o elenco criaram a unidade familiar
“Futurismo Fantástico” — O design retro-futurista dos anos 60
“Do Além e Abaixo” — Como trazer personagens complexos dos quadrinhos para a tela
Gag Reel: Erros de gravação no set com o elenco inteiro.














































