Pekka ja Pätkä lumimiehen jäljillä
Em 1954, a popular, mas pouco apreciada pela crítica, série sobre as aventuras de Pekka Puupää e seu pequeno amigo Pätkä chegou à sua terceira parte e, na verdade, me surpreendeu positivamente, embora, até então, fosse o único filme de P&P que eu já tivesse visto. O diretor era, claro, Armand Lohikoski, e a dupla titular foi interpretada por Esa Pakarinen e Masa Niemi, com Siiri Angerkoski em seu papel mais icônico como Justiina, a intimidadora esposa de Pekka. Desta vez, o famoso trio decide pegar um trem para a Lapônia depois que Pätkä vê um anúncio prometendo um milhão de marcos para quem capturasse o Yeti que, segundo rumores, vive nas colinas nevadas do Norte. Planejando usar os encantos femininos de Justiina como isca, Pekka e Pätkä também se envolvem, sem saber, em um retângulo amoroso entre dois possíveis casais: seus novos amigos de trem Timo Vaski e Katriina Sirkkunen (Olavi Virta e Anneli Sauli) e seus guias de esqui Irmeli Laavu e Riku Sundman (Tuija Halonen e Åke Lindman). Tenho certeza de que não será surpresa para ninguém que o enredo não seja exatamente uma obra-prima de narrativa de nível internacional, mas proporciona muitos momentos divertidos ao longo do caminho. A escalada de Pätkä, no estilo Batman, até a janela do apartamento de Pekka, o belo cenário nevado nas cenas de esqui na Lapônia e a aparência ridiculamente peluda do adorável Yeti (interpretado por Vihtori Välimäki) funcionam como deleites visuais, mas também gostei do humor verbal (como a piadinha de matemática de Pekka e o diálogo de Justiina sobre a metralhadora ao longo do filme), graças ao charme irresistível de Pakarinen e Niemi como protagonistas. É realmente difícil imaginar outra pessoa interpretando esses papéis, muito menos tendo Siiri Angerkoski como a motivação para tantas travessuras masculinas. A história também está ligada à sua própria época por referências a coisas como o questionário Kinsey e ao lendário apresentador de rádio Niilo Tarvajärvi ("Karvajärvi", neste caso) – o que não é nada ruim, pois sempre gostei de ver esse tipo de janela para os velhos tempos. Não sei como Lumimiehen jäljillä se compara aos outros filmes da série, mas me deixou interessado em assistir mais. Uma crítica notável seria que talvez as cenas de caça ao Yeti sejam um pouco longas demais e que haja uma sensação de fracasso pairando sobre o filme; quer dizer, isso nos deixa imaginando o que os roteiristas poderiam ter alcançado se tivessem realmente dedicado tempo ao planejamento das piadas e do enredo, em vez de produzir novos filmes a cada ano. A comédia pesa bastante nos ombros dos atores principais, mas eles a carregam com facilidade, e os atores coadjuvantes também fazem um trabalho decente (especialmente Anneli Sauli, que é sempre agradável de se ver em qualquer filme). De qualquer forma, as músicas e o clima geral de bobagem têm seu próprio apelo, então, no final das contas, eu gostei do filme pelo que ele vale.